sexta-feira, 25 de outubro de 2013

“Se a natureza grita o que faço eu, se a natureza chora o que fazemos nós?”


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Vivemos em um mundo globalizado e consumista, alvo para o qual se volta o mercado capital e, como conseqüência, surgem os milhares de excluídos, espacialmente dos direitos básicos inerentes ‘a vida. A cada dia cresce a fila dos sem terra, sem teto, sem trabalho, sem saúde, sem educação... O Brasil é o país que mais cresce para o mundo globalizado mas, cresce também, a miséria, a desigualdade social, a corrupção e, conseqüentemente, a falta de oportunidades... Assim, podemos perceber ser uma sociedade que tem como alvo o consumo desenfreado e, a muitos brasileiros e brasileiras, são negados os direitos básicos e essenciais para viverem plenamente. Sem encontrarem outra saída, buscam no lixo uma alternativa de sobrevivência e dele retiram o seu pão de cada dia.
Diante desta realidade, na qual vivem muitos de nossos irmãos e irmãs catadores e catadoras de materiais recicláveis, a Congregação Missionária da Sagrada Família, por força do seu carisma essencialmente Missionário, mantém um olhar preferencialmente pelos pobres sem vez, sem voz, sem oportunidade de vida digna.
 Considerando o nosso carisma pessoal e a nossa afinidade com as questões sociais, as urgências da missão, como nos pede a Igreja do Brasil, a Congregação nos apresentou um campo desafiante do trabalho missionário a ser abraçado, no sentido de sermos presenças solidárias junto aos catadores. De nossa parte pessoal e, considerando o sonho em trabalhar com a inserção, nos tronamos mais e mais freqüentes e presentes ao ambiente dos catadores de materiais recicláveis.
Inicialmente, o trabalho foi empreendido na Cidade de Cajazeiras, sede da Diocese, no ano de 2012. Tal condição implica considerar o trabalho a partir do nosso meio mais evidente.Como já dizia Dom Helder Câmara (ano e página da citação), de saudosa memória, “Missão é partir e não devorar quilômetros”.
Confiando no mandato missionário de Jesus, que determina e orienta a missão no sentido de ir e anunciar, partimos pessoalmente pelas ruas, periferias e barracos da cidade de Cajazeiras, visitando e identificando os catadores, ouvindo suas histórias. Sempre a pé, estivemos em suas casas, casebres e barracos de papelão.

Não foi nada fácil. Realmente era um mundo desconhecido, uma realidade desafiadora aos nossos olhos e ouvidos. Dentre muitos depoimentos, alguns até chocantes, podemos ilustrar o nosso dizer com depoimentos, a seguir:

José Delfino disse:“nós somos como limão passamos de mão e mão e ninguém faz nada por nós”.

 Dona Francisca Rock Felix me disse:
“Não jantei ontem, café nem vi hoje e já é meio dia, mas graças a Deus já consegui meu almoço” e me convidou para almoçar com ela. Quando Questionei o que seria o almoço ela me disse: “um pão que acabei de achar”. no lixo, estava em uma sacola irmã, e eu posso dividir para nós duas”.


Este diálogo com dona Francisca, sua espontaneidade para partilhar tudo que tinha a dizer, nos fez lembrar a viúva do Evangelho, da qual falou Jesus (Lc 21,4). Veio como uma lança e mexeu muito conosco. E, como ela, muitos irmãos nossos vivem nos lixões de nossas cidades em busca de pão para saciar a fome. Em cajazeiras, no lixão, existem 35 famílias e nas ruas, mais 20, portanto, são mais de 50 famílias que sobrevivem da catação.
Estávamos vivenciando o tempo da quaresma, nos preparando para a páscoa do Senhor. Foi impossível não associar os fatos com os ditos sobre o povo de Deus no Deserto, alimentado pelo maná, enquanto caminhava para a terra prometida. Sentimos que era necessário alimentar a esperança daquele povo e continuarmos a missão, indo ao encontro destes irmãos, ouvindo-os e incentivando-os na organização e acompanhando-os através da formação sistemática e continuada.
Contamos com o apoio da Congregação Missionária da Sagrada Família, Cáritas Regional Nordeste II e, posteriormente, com a Diocese de Cajazeiras. A partir de, então, o trabalho foi se firmando e a organização se fortalecendo. No mesmo ano, fomos à cidade de Uiraúna, berço da Congregação, a pedido do padre Domingos Cleides Claudino, Pároco e Fundador da referida Congregação, que nos solicitou realizar este trabalho também em Uiraúna. Na primeira visita ao lixão, mais uma vez, constatamos a dura realidade dos que vivem e trabalham expostos a todo o tipo de contaminação, já que o lixo hospitalar, que deveria ser incinerado, é depositado junto com o lixo doméstico no mesmo espaço.
Deparamo-nos com caixas de seringas e agulhas usadas com as quais os catadores lidavam sem qualquer proteção. Lá também, escutamos depoimentos: “Nós somos esquecidos de tudo e de todos, inclusive da Igreja” afirmou o catador Raildo.


Este povo simples, considerado como lixo humano por esta sociedade capitalista tem nos ensinado muito, sobretudo, que a vida tem um valor supremo, que todo trabalho é digno e que é possível viver com tão pouco ou quase nada, enquanto outros consomem desenfreadamente, poluem o planeta e descriminam estes agentes ambientais, que tanto bem fazem a humanidade na preservação do meio ambiente.
Apesar da vulnerabilidade e das condições indignas para um ser humano viver, entre eles existem os valores cristãos, tais como: a partilha, solidariedade, ajuda mútua... E na arte de reciclar, o lixo vira luxo nas mãos destes trabalhadores que cuidadosamente tudo aproveitam, com habilidade e olhar atento para que nada se perca, mas tudo se transforme, seja recriado.
Hoje já contemplamos com alegria alguns avanços dos 15 catadores que coletavam no lixão de Uiraúna. Desses, 10 estão fazendo coleta na rua. Organizados em associação conseguiram um espaço e EPI (equipamento de proteção individual) e tem uma renda mínima mensal de 350,00 por pessoa. De igual sorte, participam da CATA-PB (rede de comercialização solidaria) e das formações. Hoje, vendem diretamente para a fábrica.
Os catadores de Cajazeiras também participam da CATA-PB e 20 catadores estão organizados em grupos, com o EPI, e participantes das formações, também vendem o produto coletado para a fábrica. Assim o trabalho vai se expandindo na Diocese de Cajazeiras. Já são 4 Grupos organizados.
Ir.Francisca de Sousa Lourenço (M.S.F) 
        


Fotos

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Ciranda das Irmãs

Irmãs

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Confraternização dos Idosos
























Contatos:

 
Você que sonha consagrar sua vida a Deus e aos irmãos, sobretudo, aos empobrecidos, venha ser uma Irmã Missionária da Sagrada Família.

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Telefones para contato

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Fundação e Origem


      A Congregação Missionária da Sagrada Familía foi fundada em 11 de fevereiro de 1978 na cidade de Uiraúna, interior do sertão paraibano, por Pe. Domingos Cleides Claudino e, com ele, as jovens Geralda Pinheiro Fernandes e Maria Alves de Oliveira (Lilia) da Paroquia do Menino Deus, de Triunfo, onde ele também era Vigário. Pouco a pouco outras jovens foram simpatizando o Projeto: Maria Araújo de Lira (Gleide), Maria das Graças Fernandes e Luzineth Fernandes Vieira, todas da Paróquia da Sagrada Familia de Uirauna-Pb., que logo ingressaram na comunidade para viverem essa experiencia do chamado de Deus.

    Padre Domingos com apenas cinco (05) anos de sacerdócio e paróco de de Uiraúna-Pb., onde nasceu, cresceu, foi ordenado e vive o seu ministério até os dias atuais, conhecendo a realidade pastoral, sentiu a necessidade de uma evangelização que atendesse os apelos da Igreja e do povo de Deus, logo lançou o convite a catequista Geraldina que com carinho foi cativando as demais que também já tinham um compromisso de engajamento em grupos de jovens e na catequese paroquial. Juntas, iniciaram a experiencia de vida comunitária, de oração, partilha e ação missionária junto ao povo de Deus. As jovens motivadas pelo chamado de Deus, sentindo cada vez mais forte os seus apelos, entregaram-se com alegria e entusiasmo a serviço do Reino de Deus.

A Congregação é fruto da inspiração divina. É uma resposta de amor ao convite amoroso de Jesus, o enviado do Pai que chama ao seu seguimento missionário para ser sinal de esperança na realidade do povo sofrido.


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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Memória

Queridos(as) Irmãos e Irmãs,
 Saúde e paz!
                Desejo sim e sempre a todos (as) felicidade completa no Bom Deus, na mediação da Sagrada Família!
              O mês de agosto que também este ano  ficou bem marcado por nós como  mês vocacional, nos deixou fortes recordações. Dentro  de um tempo litúrgico forte, além da semana da família com nossos parabéns a equipe de casais, o festival e celebração conclusivas com entusiasmo e beleza, na animação das nossas  Comissão de Ministérios  e Vocações e Congregação Missionária, aconteceu o falecimento, ou bem dizendo, a passagem da querida e inesquecível Ir. Maria Josenira de Queiróz, 17 aninhos de professa, na nossa amada Congregação Missionária. Foi um acontecimento  prolongado, revestido de  variados e ricamente significados. Uma doença terrível e inesperada se abateu sobre ela. A medicina impotente assinalou apenas pouco tempo de existência humana. A querida Ir. Josenira superou com altivez, lucidez, serenidade, resistência supra-humana com provada santidade e heroísmo, seu longo e doloroso calvário, explicado, compreendido e aceito somente na Fé do Cristo Jesus da Vida Plena. desmentindo todo diagnóstico humano e  sinalizando a força linda e santa da vida perseverante fiel e consagrada ao Deus da vida. Incontestável igualmente foi o testemunho eloqüente, vibrante, palpitante, louvável e belo de suas irmãs professas e formandas, com a carinhosa, terna meiga, cuidadosa e vigilante presença de sua integra  e inteira Congregação Missionária da Sagrada Família:  professas e formandas, harmoniosa e pontualmente conduzida por sua coordenação geral. Merece todo louvor, encanto, aplauso e admiração, com nossa justa, cordial e profunda gratidão a presença afetiva e efetiva, carinhosa e inteiramente dedicada de sua família sanguínea, especialmente o acompanhamente incessante, dia e noite de sua mãezinha Dona Maria  e irmãzinha Bonfinha. Foi igual e felizmente concluído o seu itinerário vocacional e congregacional com esplendor litúrgico-eclesial-congregacional de suas exéquias antecedidas de bem viva e tocante celebração   da santa missa no Convento, a casa mãe da  Congregação, aqui em Uiraúna, e lá no seu terra natal em Lagoa do Milhomes, na capela de São Francisco e daí em seguida o seu inspirador e envolvente sepultamento aonde ela com sua família sanguínea pediram muito para assim acontecer. Deixa-nos infindas e imorredouras saudades, recordações, faltas, vazios existenciais, profundas e eterna gratidão. Descanse em paz, querida Ir. Josenira!
        A Congregação Missionária, com sincera gratidão a todos e todas,  por tudo , em profunda comunhão e admiração a sua amada família sanguínea, fez celebrar a santa missa de 30º dia, exatamente no local de sua sepultura, na capela de São Francisco de Lagoa. Foi outro momento bem significativo e vivamente emotivo com lindas manifestações de saudades e de evocações memoráveis. Na Matriz de Santo Antônio, do Barro, e na Matriz da Sagrada Familia de Uiraúna, também cercadas de tocantes recordações foi celebrada a sua memória de 30º dia.   Na comunhão de preces e de enorme gratidão a todos/todas por tudo, na amizade sincera, o abração sempre amigo e fraterno, certo de que a amada Congregação Missionária já tem na glória do céu com a Sagrada Família sua primeira intercessora,

                                                                                             Pe.Cleides

O Blog da Congregação


                                                                Prezados/as  Internautas!

    Vocês vão por toda  parte e anunciem a Boa Nova da Salvação, ordena Jesus Cristo, o enviado missionário de Deus Pai. Ele repassa para os seus seguidores e seguidoras, acolhedores da salvação, a mesma missão de Deus,  como  o Pai me enviou, Eu vos envio: comuniquem a todos sem exclusão a chegada e o acontecimento do Reino de Deus, a salvação de toda pessoa que crê: vocês serão felizes, compreendendo e praticando a Boa Nova, como Eu fiz, vocês façam também; Eu sou o caminho verdadeiro da vida, em abundância; numa palavra, da felicidade por dentro e por fora. Essa missão é para o mundo inteiro, até os seus confins, para toda a criatura e para toda pessoa humana até o fim do mundo! Ora, no tempo de Jesus não havia a internet, mas Jesus é o mesmo; não há outro nome debaixo do céu e nem em cima da terra onde a pessoa encontre a salvação. Com a Informática ou não, o único caminho de salvação está sendo anunciado, chegou até nós. Também com o caminho atual, a querida Congregação Missionária estende  e alarga sua missão e, amando e servindo, anuncia o Senhor Jesus pelo seu Blog que você, sua família, seus amigos e a quem possa mostrar o caminho da evangelização, pode acessar, navegar, anunciar a Boa Nova. É fácil, acesse: irmasmissionariasdasagradafamilia.blogspot.com 
          E como a Congregação é missionária, você também pode e deve ser missionário (a): assumindo com as queridas Irmãs este caminho de missão, com toda criativa e criteriosa partilha e colaboração, enviando mensagens de salvação. A nossa amada Congregação sensibilizada agradece e louva  pelas lindas iniciativas e participação.  Como  para o Blog, você pode participar dos programas radiofônicos semanais da nossa Igreja nas Rádios Capivara FM 104.9, Alto Piranhas e Progresso de Sousa. Seja você também feliz evangelizador/a.
               Com o abração amigo-fraterno,
               Pe. Domingos Cleides Claudino – Pastor

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

DIMINUIR A MAIORIDADE PENAL NÃO DIMINUI E VIOLENCIA



Muito se fala sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, principalmente quando adolescentes e jovens são protagonistas de crimes que chocam a sociedade. Segundo a UNICEF, os adolescentes brasileiros são responsáveis por 3,8% dos homicídios, quantidade pequena, em relação aos Estados Unidos onde existe pena de morte para adolescentes, os quais são responsáveis por 11% dos homicídios cometidos. Aumentar a punição não resolve o problema da violência.
No entanto, os jovens não matam mais e sim morrem mais. Por dia 50 jovens são assassinados no Brasil, sendo em sua maioria homens, negros e pobres. Um país que mata seus jovens perde sua energia e suas potencialidades. Pois, são inúmeros os fatores que causam a violência, são os direitos à saúde, moradia, educação, trabalho, cultura, esporte e lazer violados e não só isso, são problemas políticos e judiciais. O sistema carcerário do Brasil está superlotado e a experiência vivida pelos jovens nas cadeias, não os ajudam na superação da criminalidade.
Por isso, a redução da maioridade penal não diminui a violência, o que contribui para a solução é mais educação, distribuição de renda e políticas públicas de inclusão social. Os jovens querem mais escolas e universidades e não presídios. É muito mais barato para o país e melhor para o adolescente e jovem, mantê-lo num programa socioeducativo do que mantê-lo em um cárcere.

Ir. Alyne Caldas, MSF
Comunidade Missionária de Aracati – CE